Tornou-se moda entre os conservadores dizer isso (tendo, ao que me parece, como única evidência o página web da gestora de risco da filial britânica do banco), ou até que “era conhecido como um dos mais woke do mercado”.
No entanto, fazendo uma busca no google por “Silicon Valley Bank” woke de 1 de janeiro de 2000 até 5 de março de 2023 (ou seja, excuindo a semana da falência), não aparece nada, pelo menos nas 2 primeiras páginas de resultados – sim, aparece uma porção de coisas, mas todas elas publicadas nos últimos dias (apesar da restrição de data que eu pus na pesquisa, que pelos vistos não funciona a 100%), ou então artigos que não têm nada a ver com o SVB, mas que aparecem na pesquisa porque são artigos de jornais ou sites noticiosos e ao lado do artigo têm uma coluna de noticiais recentes (onde se fala da falência do SVB).
E atendendo à compulsão dos anti-wokes em irem à caça de tudo o que lhes pareça “woke” (por mais insiginficante que seja, como teses de doutoramento de professores que nunca ninguém ouviu falar em universidades que nunca ninguém ouviu falar) e fazerem um estardalhaço disso, se o SVB fosse dado a grandes manifestações de “wokismo” de certeza que isso já tinha sido noticiado e propagandeado (em vez de só terem começado a falar disso depois da falência).
Já agora, isso faz-me pensar na impopularidade de Silicon Valley (um pouco a ver com isto), visto pela esquerda como uma bastião de reacionários à Peter Thiel e pela direita como uma fortaleza de “wokes” (palpita-me que é também por isso que essas acusações de ser “dos mais woke do mercado” soam como credíveis a muita gente).