Imagine-se que alguém ia para a convenção da IL defender a colaboração entre liberais e socialistas e que até poderia haver espaço nesse partido para um certo tipo de socialistas (até imagino pelo menos duas maneiras pelo qual ele poderia achar isso*); ou, que o partido não deveria ter linhas vermelhas contra alianças com o BE ou o Livre. Pelo que julgo que sei da IL e do posicionamento político dos seus militantes, era perfeitamente natural ser assobiado e levar umas descomposturas de “somos liberais a 100%, não somos socialistas”.
* Uma, ir buscar John Stuart Mill, William Beveridge, algumas passagens muito bem escolhidas de Milton Friedman e Hayek, e mais umas coisas do Niskanen Center para defender uma colaboração entre liberais e sociais-democratas; outra, ir buscar Lysander Spooner, o Rothbard dos anos 60, o Roderick T. Long, o Karl Hess, talvez um pouco do Samuel E. Konkin III, e mesmo uns bocadinhos do Herbert Spencer, e mais umas coisas do Center for a Stateless Society para defender uma colaboração com parte da esquerda mais radical (com sorte, Henry George, Albert Jay Nock e Frank Chodorov poderiam ser aproveitados para ambas as linhas). E não estou totalmente a inventar – nos tempos do George W. Bush eu costumava ler blogs “libertarians” norte-americanos (quando eles estavam todos zangados com os neoconservadores) e a dada altura ambas as ideias (chamados respetivamente de liberaltarians e de left-libertarianism) estavam na moda.